O empresário bilionário, estreante na lista da Forbes, Ricardo Castellar de Faria, dono da Granja Faria, foi alvo de um inquérito do Ministério Público do Trabalho do Piauí, a partir de denúncias de irregularidades nos contratos de trabalho, e suposta ausência de pagamentos de salários e benefícios. Apenas no estado, nos últimos dois anos, constam ao menos outros 17 processos trabalhistas pelo Tribunal Regional do Trabalho, envolvendo, dentre diversos tópicos, casos de rescisão de contratos e assédio moral.
Ricardo Faria, nascido no Rio de Janeiro, mas criado em Santa Catarina, integra a lista de bilionários da Forbes de 2024, estreando na 21ª posição. Entre os cinco estreantes brasileiros no ranking, Ricardo Castellar de Faria ocupa o primeiro lugar, com um patrimônio de R$ 17,45 bilhões.
Ele é presidente e fundador da Granja Faria, maior produtora de ovos comerciais, ovos férteis e pintos de um dia no Brasil. A empresa, fundada em 2006, aloja mais de 10 milhões de aves em suas instalações, localizadas em vários estados do país. A empresa produz cerca de 7 milhões de ovos diários e chegou a um faturamento de R$ 1,87 bilhão em 2022, segundo o levantamento da KPMG.
Processos trabalhistas
Os 17 processos localizados pelo GLOBO, registrados entre 2022 e 2023 contra Ricardo Faria no estado do Piauí, são de autoria de pessoas físicas, e formalizados por meio do Tribunal Regional do Trabalho.
Nas ações, os autores apontam irregularidades em caso de rescisão de contratos de trabalho, horas extras, verbas rescisórias, remuneração, e pagamento de indenizações e benefícios. Um dos casos, abordado em um processo iniciado em 2022, pede até mesmo indenização por danos morais e assédio moral.
O empresário Ricardo Faria ainda é alvo de processos trabalhistas em outros estados, especialmente em Mato Grosso, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná e Maranhão.
Denúncia no MPT
A investigação, aberta por meio da portaria Nº 174/2023, foi assinada pela procuradora Jeane Carvalho de Araújo Colares, e apurou denúncias de extinção de contratos individuais de trabalho e de pagamentos. Além disso, o processo aponta atraso ou falta de pagamento das verbas rescisórias e irregularidades relacionadas a remuneração e benefícios dos trabalhadores.
Em nota enviada ao GLOBO, a Procuradoria Regional do Trabalho da 22ª Região esclareceu que a portaria citada se refere a um inquérito arquivado em 28/06/2023, no qual "não foram constatadas as irregularidades denunciadas".
O GLOBO buscou as equipes de comunicação de empresas ligadas a Ricardo Faria. A assessoria de imprensa da Granja Faria entrou em contato e pretende enviar "demais esclarecimentos". O espaço segue aberto para manifestação.
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