Alistamento feminino: marco histórico para as Forças Armadas em 2025
A partir de 2025, mulheres brasileiras que completarem 18 anos poderão, pela primeira vez, se alistar voluntariamente nas Forças Armadas. A medida histórica foi anunciada nesta quarta-feira (28/08) pelo ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, durante as comemorações dos 25 anos do Ministério da Defesa, em Brasília.
A mudança está prevista no Decreto nº 12.154, assinado em 27 de agosto de 2024 pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e estabelece critérios e diretrizes para a participação feminina no alistamento militar. Inicialmente, serão oferecidas 1.500 vagas, e o processo de recrutamento começará no próximo ano. A incorporação às unidades militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica está prevista para 2026.
O decreto determina que o período de alistamento voluntário feminino ocorrerá entre os meses de janeiro e junho, em paralelo ao alistamento obrigatório masculino. Para se candidatar, as voluntárias devem completar 18 anos no ano de inscrição e residir em municípios com Organizações Militares participantes da iniciativa.
Uma vez incorporadas, as mulheres estarão sujeitas às mesmas obrigações e deveres do serviço militar masculino, conforme a Lei 4.375/64. O serviço inicial terá duração de 12 meses, com possibilidade de prorrogação anual por até oito anos.
Atualmente, as Forças Armadas contam com cerca de 37 mil mulheres, representando 10% do efetivo total. A maioria dessas profissionais atua em áreas como saúde, ensino e logística. O ingresso na carreira combatente, até então, era possível apenas por meio de concursos específicos, como os realizados pelo Colégio Naval (Marinha), Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) e Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), da Aeronáutica.
Com a nova política, a expectativa é que o número de mulheres nas Forças Armadas aumente gradativamente, contribuindo para uma maior diversidade e inclusão no ambiente militar.
A adoção do alistamento feminino é resultado de estudos conduzidos conjuntamente pelos Comandos das Forças Armadas e o Ministério da Defesa. A iniciativa busca ampliar as oportunidades para mulheres e modernizar o modelo de recrutamento militar no Brasil.
O ministro José Mucio Monteiro ressaltou, durante o evento, a importância do decreto para a evolução das Forças Armadas:
"Esse é um passo significativo para a igualdade de oportunidades, reforçando o compromisso das Forças Armadas com a representatividade e o fortalecimento institucional."
Com a medida, o Brasil se junta a outras nações que já implementaram políticas de recrutamento militar feminino, alinhando-se a padrões internacionais e promovendo maior equidade no serviço à pátria.
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