Vem aí mais R$315 milhões para o Governo, quem vai pagar a conta?
Em Teresina, o presidente da Caixa Econômica Federal anunciou a liberação do empréstimo para o governo do Piauí, o que deixa muitas perguntas sem respostasA pergunta que não quer calar: onde foi parar o dinheiro da primeira parcela do empréstimo do governo estadual junto à Caixa Econômica Federal? Foram 307 milhões de reais de um empréstimo com valor total superior a R$600 milhões, recursos que seriam destinados a obras de infraestrutura no estado.
Mas a pergunta até agora está sem resposta. Isso porque o prazo para o governo apresentar o relatório com a prestação de contas à Caixa Econômica se esgotou no final de fevereiro. Wellington Dias (PT) disse que deve usar o período de dez dias, que seria a tolerância do banco. O governador, porém, não soube dizer à imprensa quais foram as obras realizadas com o dinheiro e o senador Ciro Nogueira, do Progressista, que articulou o empréstimo na Caixa, afirmou que não cabe a ele acompanhar a realização de obras.
A oposição levanta a suspeita de que houve desvio de finalidade, ou seja, o dinheiro, ou parte dele, pode ter sido gasto de outra forma. O TCE (Tribunal de Contas do Estado) também já está em alerta e a população, sem a transparência que espera por parte do governo, está atônita.
“Acho que temos o direito de saber como foi gasto esse dinheiro”, disse o motorista Mariano Augusto Rocha (35).
A dona de casa Mariana Ribeiro (44) também pensa igual e demonstrou desconfiança: “ Pra mim aí tem coisa, é dinheiro demais , não se sabe dessas obras e parece que vem mais dinheiro por aí”, comentou.
A dona Mariana tem razão. Serão liberados para o governo do Piauí mais 315 milhões de reais, nesta segunda semana de março. A promessa foi do próprio presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi. Ele participou, no dia 28 de fevereiro, de uma solenidade na APPM (Associação Piauiense de Prefeitos), quando o governador Wellington Dias assinou o pedido de liberação do empréstimo.
O que hoje é motivo de comemoração para o governo pode ser desastroso para o Piauí em um futuro bem próximo. O estado está com as contas no vermelho, desequilibrou as finanças e faz empréstimos para aplicação duvidosa, aumentando ainda mais o endividamento. Sobre essa situação, o economista presidente do BNDES, Paulo Rabello, que também esteve recentemente em Teresina, foi taxativo.
“Se for para se afundar na areia movediça de um grande endividamento, o empréstimo não é solução, não pode dar certo”, afirmou.
Não pode dar certo mesmo e esse é o temor da população. Verba pública é para ser aplicada em obras de melhoria da infraestrutura para gerar desenvolvimento. Do contrário, as consequências da gastança pública e do endividamento inútil certamente virão. E neste caso, cabe uma outra pergunta: a população vai pagar a conta?
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